segunda-feira, 27 de junho de 2011

Nowadays (27/06/2011)

Ai... e se ao menos eles percebessem o que é ser alguém, nós, mulheres, neste caso. Não é para empurrar ninguém para o abismo, e lembrando as diferenças individuais, hoje puxo a cadeira de género e sento-me nela. Às vezes, admito que é difícil perceberem quem somos, por outro lado, sentimos que o mundo não vai longe, também porque não o percebemos. A culpa não é de ninguém, nem ia nesse sentido... Ao longo dos tempos moldaram-nos assim, e com o tempo a escultura foi mudando de autor e de matéria. Hoje em dia, temos bem mais capacidades para perceber o mundo, ainda assim, tenho que concordar quando um dia peguei num livro sugestivo, no meio de tantos outros. Isto numa feira de livros. Era realmente sugestivo "O que os homens em 2 milhões de anos percebem nas mulheres" Bem, ia toda curiosa a ler o seu conteúdo quando me deparo com folhas completamente brancas. E hoje penso profundamente nisso... E não ofende ninguém! Aliás tentar perceber as mulheres em geral, isso sim, é assunto para ignorantes, isso vos garanto!

Ai se eles ao menos soubessem o que vai dentro de nós... Nós que os ignoramos quando na verdade queríamos que eles nos enchessem de gestos e palavras delicadas, ou que nos dessem toda a atenção do mundo, e que gostassem minimamente de nos acompanhar sempre e sempre, e que fizessem inveja às nossas "amigas" e nunca deixassem de gostar de nós verdadeiramente, acontecesse o que acontecesse... Que, afinal, eles são uns machos, a suar, ou a fazer-se de fortes, de alfas, mas eles desejam, lá bem no fundo dos fundos, que algum sorriso perfeito lhes quebre o coração, e esses que nos usam, e nos deixam pior que sei lá o quê, esses mesmos, na verdade, os adoramos, e sabemos que eles nunca passariam sem nós.


"Há pessoas neste mundo que gostam de ficar sozinhas, mas não existe uma única pessoa que aguente a solidão"
Makarov in "Fairy Tail"



Ai se eles percebessem o quão sensível é o nosso coração... e que não fazemos por mal quando partimos o deles em pedaços... Pedimos imensa desculpa por não vos percebermos, e por falarmos, falarmos, falarmos, falarmos sem no entanto, dizermos algo de útil. Sim, talvez até não vos seja útil a vós, mas dentro do nosso mundo, é a guerra das roupas, não das armas, das palavras e não do braço-de-ferro, a lei da mais poderosa, bela e perfeita, não a lei do mais forte, é a lei da fêmea alfa, como é do macho alfa. Partindo à conquista neste mundo desigual e feio. Bem que tentamos mudar o que somos por vós. Mas será que resulta? Acho que não ( e não em tom de dúvida!) Conversas pouco directas e sérias e sinceras não são muito o tipo delas, eles bem que preferem isso, são directos ao assunto, evitam desavenças com tal, resolvem o assunto logo ali. Elas juntam-se e dão a tacada pela calada. Enfim... tanta coisa que poderíamos acrescentar à lista das compras... nunca mais saía daqui!

Ai se ao menos eles soubessem que as princesas não estão em torres fechadas a sete chaves pelos pais ou pelas bruxas, estão do outro lado da rua. Encantadas ou não, elas existem. E não há sapos, há caras do dia-a-dia que, quem sabe... não são príncipes embalados em sonhos, mistério e muito amor. Quem sabe... Ponto final. Vou contar-vos umas pequenas coisas... E vou ser sincera! O que te leva a achar que uma pessoa que não te fala está chateada contigo? Sim, o quê? E tu, que te leva a achar que alguém que fala demasiado é chata ou pouco interessante? Ora, quem se chateia deve dizê-lo. E quem diz as coisas directamente, sem meias palavras não é arrogante ou insensível, muito menos deixa de ser teu amigo por tal. Ou preferes que te deixe a falar sozinha, e te ignore permanentemente? Tem calma. Respeita o espaço dele. Tenta dizer-lhe as coisas doutra forma. E não dizer hoje não tem problema algum. O mundo não acaba hoje! Faz o favor de te enrolar ao menos numa fita de mistério. Tenta. Sê sincera. Deixa que o teu mundo desenrole como uma história: Princípio, Meio e Fim. Dá tempo o tempo. Não lhe perguntes se tem namorado nem se tem webcam! Apresenta-te como deve ser, e fundamental, não esperes que te façam perguntas sobre ti, ou dispares perguntas para o lado de lado. Mostra-lhe um pouco de ti. É uma espécie de entrevista: todos sabemos que queres entrar, ser reconhecido, tens capacidades, defeitos, sonhos, medos e a esperança de seres o/a escolhido/a, agora, apresenta-te como deve ser! Acredita que tudo é possível: nem ela te mente, nem ele vai equecer que existes por estares do outro lado do país! Se tivesses frente a frente com ele agora, seria tudo mutio diferente certamente! O que não disseste dirás, ou talvez não. Não importa! Mostra quem és, e não que vales a pena pertencer à sua lista de amigos por isto, aquilo e acolá, blá, blá, blá. Queres que continue? Acho que já disse o essencial. Fazem falta pessoas que sabem ser interessantes dentro do seu contexto. O contexto dos outros já é outra história... Dá, dá, dá muito de ti. Dá, e receberás. Não deixes de dar. Eles têm olhos, elas têm coração. Todos sabem ver, ouvir, ler, falar, sentir, viver!


"Estranha criatura o homem; não pede para nascer, não sabe viver e não quer morrer"
Albert Einstein


Aqui está a tua últim oportunidade. Sê tu mesmo, parte à conquista. Tenho a certeza que vais arrasar! Ela não é bela, ela é perfeita, só que tem um coração tão mas tão grande que esquece que pequenos buracos se tapam e pequenas coisas se tornam grandes! Lembra-te que dentro daquele coração de pedra está um coração de manteiga. Ele é ternurento e sabe amar, do seu jeito, é um amigo como nenhum outro. Ele que amar, e ela quer ser amada. Precisam ambos de dizer o que sentem, do seu jeito. Precisam ambos que ter o seu lugar e de ser aquilo que são.Ouve-te quando pode, falas quando podes só não te esqueças de viver a tua vida, enquanto esperas uma resposta. Acabas por afundar na tristeza pois ele não vai sair da sua toca enquanto vir que não paraste de falar. Ele pode não te perceber como esperas, já pensaste nisso? E ela, ela não fala chinês. Ela sempre aprendeu a ser perfeita e perfeccionista (em dose dupla!) e puff... esperas que ela ache que não está gorda quando todas as outras são magras? (As outras são gordas, mas é assim... não lhe digas nada... é segredo!) Parece-me que vocês querem comer tudo duma só vez! Bem!!!! Comes calmamente e só depois de algum tempo é que o teu estômago saboreia a comida que até agora andava a reclamar. Mulheres são da mesma forma, homens igualmente! Tudo a seu tempo. Bom... acho melhor ir dormir que já se faz tarde. E tu aproveita e faz o mesmo... Se dormisses o suficiente e tivesses sonhos de verdade, acho que não eras tão pessimista!!! Faz o favor de aprenderes a gostar daquilo que és! Orgulha-te do que és! E por favor, pára de seres tão pessimista. Sente o momento! Faz o favor de ser feliz!


[http://aeiou.expresso.pt/beijo-inesperado-evita-suicidio-video=f657802]

Paciência, será que ainda tens?

O mais difícil é ajudar em silêncio, amar sem crítica, dar sem pedir, entender sem reclamar…





A aquisição mais difícil para nós todos chama-se paciência.





Ah! Se vendessem paciência nas farmácias e supermercados…





Muita gente gastaria uma boa parte do salário nessa mercadoria tão rara hoje em dia.




Por muito pouco a madame que parece uma ‘lady’ solta palavrões e berros que lembram as antigas ‘trabalhadoras do cais’…




E o bem comportado executivo? O ‘cavalheiro’ transforma-se numa ‘besta selvagem’ no trânsito que ele próprio ajuda a tumultuar…




Os filhos atrapalham, os idosos incomodam, a voz da vizinha é um tormento, a atitude do chefe é demais para a tua cabeça, a esposa tornou-se uma chata, o marido uma ‘mala sem alça’.





Aquela velha amiga uma ‘alça sem mala’, o emprego uma tortura, a escola uma chatice.




O cinema arrasta-se, o teatro nem pensar, até o passeio virou novela.





O outro dia, vi um jovem a reclamar que o banco dele pela internet demorava a revelar o saldo, lembrei-me da fila dos bancos e balancei a cabeça, inconformado…




Vi uma rapariga a abrir um e-mail com um texto maravilhoso e apagou-o sem sequer ler o título; dizia que era demasiado longo.





Coitados de nós, meninos e meninas sem paciência, sem tempo para a vida, sem tempo para Deus.




A paciência está em falta no mercado, e desta forma, a paciência sintética dos calmantes está cada vez mais em alta.





Pergunte a alguém, que saibas que é ‘demasiado ansioso’ onde ele quer chegar?




Qual é a finalidade da sua vida?




Surpreende-te com a falta de metas, com o vago da sua resposta.




E tu? Onde queres chegar? Estás a correr tanto para quê? Por quem? O teu coração vai aguentar?



Se morreres hoje de enfarte agudo do miocárdio o mundo vai parar? A empresa em que trabalhas vai acabar?




As pessoas que amas vão parar?





Será que conseguiste ler até aqui?




Respira… Acalma-te…




O mundo está apenas na sua primeira volta e, com certeza, no final do dia vai completar a sua volta em torno do sol, com ou sem a tua paciência…






"Nunca vinham juntos. E não sabia se o espantava mais a lentidão dele ou a pressa dela."


- Caio F. Abreu in "Os Dragões não Conhecem o paraíso".





"De jovem não soube compreendê-lo, mas agora sim, agora entendo que a ausência possa estar presente, como um nervo prejudicado, como um ave sombria."


- Audrey Niffenegger in "A Mulher do Viajante no Tempo"

Um dia tu aprendes William Shakespeare...

"Quem negligencia as manifestações de amizade, acaba por perder esse sentimento."


"Não posso exigir o amor de ninguém...
Posso apenas dar boas razões para que gostem de mim...
E ter paciência para que a vida faça o resto..."


"Ignorar os factos não os altera"


"Quando planeias nivelar-te com alguém, apenas estás a permitir que essa pessoa te continue a magoar"


"O AMOR, e não o TEMPO, é que cura todas as feridas"


"Ninguém é perfeito até que te apaixones por essa pessoa"


"A vida é dura, mas eu ainda sou mais"


"As oportunidades nunca se perdem; alguém vai aproveitar as que perdeste"


"Quando o porto se torna amargo a felicidade vai ancorar noutro lugar"


"Não posso escolher como me sinto, mas posso escolher o que fazer a respeito disso"


"Todos querem viver no topo da montanha, mas toda a felicidade e crescimento acontecem quando a escalamos"


"Quanto menos tempo tenho, mais coisas consigo fazer."


"Para se crescer como pessoa é preciso cercar-me de gente mais inteligente que eu."


"Não importa em quantos pedaços o teu coração está partido, o mundo não pára para que o consertes. O tempo não é algo que possa voltar. Portanto, planta o teu jardim e decora a tua alma, em vez de esperares que alguém te traga flores."


"Deveríamos agradecer a Deus por não nos dar tudo o que lhe pedimos"


"Não importa o quanto te importes, algumas pessoas simplesmente não se importam."


"Ser gentil é mais importante do que estar certo"


"Sempre posso rezar por alguém quando não tenho a força para ajudá-lo de alguma outra forma."


"Algumas vezes tudo o que precisamos é de uma mão para segurar e um coração para nos entender."


"Dinheiro não compra "classe"."


"Deus não fez tudo num só dia; o que me faz pensar que eu posso?"


"Cada pessoa que conhecemos deve ser saudada com um sorriso"


"Devemos ter sempre palavras doces e gentis pois amanhã talvez tenhamos que engolí-las"


"Um sorriso é a maneira mais barata de melhorar a nossa aparência"


"Com a mesma severidade com que julgas, serás em algum momento condenado."


"Realmente podes suportar... realmente és forte, e que pode ir muito mais longe depois de pensar que não podes mais. A vida tem valor e tu tens valor diante dela."


"Há mais dos teus pais em ti que imaginas."


"Quando estás com raiva tens o direito de estar com raiva, mas isso não te dá o direito de seres cruel."


"São os pequenos acontecimentos diários que tornam a vida espetacular."


"Amar não significa apoiar-se. Companhia nem sempre significa segurança, e beijos não são contratos. Presentes não são promessas."


"Começa a aceitar as tuas derrotas com a cabeça erguida e olhos adiante, com a graça de um adulto e não com a tristeza de uma criança"


"Constrói todas as estradas hoje, porque o terreno do amanhã é incerto demais para os planos, e o futuro tem o costume de cair em meio ao vão."


"Não temos que mudar de amigos se compreendemos que eles mudam; o teu melhor amigo e tu podem fazer qualquer coisa, ou nada, e terem bons momentos juntos."


"As pessoas com quem mais nos importamos são-nos levados muito depressa, por isso sempre devemos deixar as pessoas que amamos com palavras amorosas; pode ser a última vez que as vejamos."


"As circunstâncias e os ambientes tem influência sobre nós, mas nós somos responsáveis por nós mesmos."


"Não importa onde já chegaste, mas para onde vais, mas se não sabes para onde vais qualquer lugar serve."


"Ou controlas os teus actos ou eles te controlarão. Ser flexível não significa ser fraco ou não ter personalidade, pois não importa quão delicada e frágil é uma situação, sempre existem dois lados"


"Heróis são pessoas que fizeram o que era necessário fazer, enfrentando as consequências."


"A paciência requer muita prática."


"A pessoa que esperas que te empurre, quando cais é das poucas que te ajudam a levantar"


"Só porque alguém não te ama da forma que queres que te ame não significa que não te ama com tudo o que pode, pois existem pessoas que nos amam, mas simplesmente não sabem como demonstrar ou vivê-lo."


"Nem sempre é suficiente ser perdoado por alguém; às vezes tens que aprender a perdoar-te a ti mesmo.


"A maturidade tem mais a ver com os tipos de experiência que se teve e o que se aprendeu com isso do que com quantos aniversários celebramos"


"As nossas dúvidas são traidoras e fazem-nos perder o bem que poderíamos conquistar, se não fosse o medo de tentar."

sábado, 25 de junho de 2011

Manual do Viver

Nascemos de forma igual. Em princípio o ventre de uma mulher leva-nos por cerca de 9 meses, qualquer coisa como 30 e tal semanas. Uns mais, outros menos. Já dentro da sua barriga vamos sendo seleccionados, transformados, crescendo e tecendo pré-aventuras. Já dentro e já nos espera muita coisa. Sempre esperam que essa criança ame e seja amada. Que seja criança, adolescente, jovem, adulto e por fim, um velho. Que um dia precise dos pais, outro dia seja mãe, pai, avó, avô, tio, tia, madrinha, padrinho. Que seja gente, que vá à escola, trabalhe, crie e deixe o seu legado à descendência. Espera-se que mulher aja como mulher, e homem como homem. Que se apaixone, que erre, aprenda, ensine e aprenda, corra, ande e cai, que sinta, pense, coma, beba. Toda a nossa existência está pré-programada à nossa imagem e semelhança. Pretende que seja honesta, justa e feliz, pacífica, compreensiva, altruísta e acredite. É-se programado à face dos outros, e tudo o resto advém disso. Temos sonhos e desejos comuns, tememos os mesmos medos, vemos as mesmas estrelas no nosso céu, e o nosso sol ergue todos os dias. É justo que assim seja. Que todos partilhem, e deixem algo novo, ou algo melhor, e que a Humanidade nunca acabe. Que a água mate a sede a todas as pessoas e que o pão acabe com a fome. Todos desejamos que haja paz e alegria em cada canto do mundo, isso tudo num mundo redondo. O mundo é demasiado grande para acabar um dia. O mundo é tão grande. Há vida e saber.


Do outro lado, sabemos que há injustiça, fome, doença e morte. Há ignorância, hipocrisia, mágoa, rancor. Há medo, há abismos e escuridão. Uns trabalham para que outros possam descansar. Outros são seleccionados por aquilo que levam, e os que o não tenham são esquecidos. Alguns mal têm que comer, outros nascem deficientes, os que não sabem de que cor é o sol. Os que gostariam de poder olhar e fantasiar com a imensidão das estrelas; elas estão longe, são pequenas e nem sempre vêem visitar-nos. Uns roubam pão, outros roubam mão. Uns não têm sonhos, outros não têm alegria. Os que sabem que a justiça é ficção, e que o visível se pode explicar de algum jeito. Não há fé, não importa o que sabemos, ou o que somos. Moscas são desnecessárias. Quem é o meu pai? O que faz a minha mãe? A água está poluída, as falésias destruindo-se, os muros são agora pontes, as batatas envenenam, palavras não existem. Programados para morrer, acabar o que um dia começamos. O mundo é pequeno, as mesmas pessoas fazem os meus gestos, dia após dia, e vivem o que é para se viver. Que estudem, trabalhem, sonhem, vivam: não importa o que faço, ou o que sou. Eles precisam de nós, e nós temos o que eles precisam. Mentira não existe. Dentro dessa barriga só começou aquilo que nunca vai acabar: o sofrimento e a nostalgia. Os pratos partem, os rios podem secar. Há quem não tenha nada. Têm casa, carro, família, amigos, sonhos, livros, internet mas não conseguem sorrir. Sorrir não é ser feliz. Ri-se, não se sorri. Ninguém pensa em nós, pensam em si mesmos. Os livros são demasiado grandes e grossos para que eu possa ter tempo de os ler. A vida é injusta. Não compreendo ninguém. Deus existe? Pontos e mais pontos, acrescentam tantos pontos que já nada tem gosto, Já nada existe. Há tristeza porque um dia o mundo vai acabar.
 
Não há mundos que sigam uma só regra. A ideia fixa-se á perfeição contendo os 2 lados. Os 2 lados fazem parte de nós e do mundo. O mundo não é nosso mas é. Vive-se não porque um dia vamos morrer. E se morrermos não acaba nada. Deixa-se cá alguma coisa nossa, mesmo que não deixemos nada. Passamos na vida dos outros com o gosto que eles por si próprios. Não se acredita por todo o mundo ser assim. Não é nem deixa de ser, o mundo é o nosso reflexo. Se não acreditamos nele muito possivelmente é por não conseguirmos encontrar-nos nele. Talvez não consigas encontrar-te em ti mesmo. E insistir nesta ideia de que o mundo não é feliz, não é justo é errado, é mais que injusto sequer pensá-lo! Devíamos ser presos por permitir que a nossa capacidade de crer em algo tenha quase que morrido. Nem em nós parecemos acreditar! A vida não é injusta, muito menos a vida perdeu o seu gosto. Deita sal na Vida se pretendes saboreá-la um pouco mais, ou então pensa antes em saboreá-la do jeito que ela é. E vou ter que te dizer isto? Sabes disto melhor que qualquer um! Então pára de culpar tudo e todos. A culpa é tua.
Por vezes, recuso-me a dar a mão. No passado dei-a, e alguém me magoou. Hoje deixei de o fazer por tal ter acontecido. E quem me garante que essa pessoa não vai ser diferente? E se não for? Onde estaria o errado ao dar-lhe a mão? Se lhe der dou aquilo que acho que devo dar, e não dou assim tanto de mim. Pode parecer que sim, mas não. Nunca damos demais por alguém. Simplesmente damos a quantidade certa. E para mim é importante, para ti já não é. E se não é também não quer dizer que me tenhas magoado. Temos medidas diferentes, o que não faz de nós estranhos, insensíveis, superficiais ou desinteressados! Às vezes preferimos beber vinho pelo seu sabor um tão mais agradável e isso alegra-me. É certo. Coisas boas nunca devem deixar de ser saboreadas. A água é igualmente saborosa. Na medida dela, é! Aprendi depressa a saborear o vinho, mas a água tem o seu próprio sabor, demoraria bem mais a aprender a saboreá-lo mas chegaria lá. É essa a verdade da vida. É o tempo que dedicamos a cada coisa. Tornam-se hábitos, rotinas. Dei-lhe tempo e deixei-lhe a porta aberta para que tal acontecesse. Ou então, coisas não tão boas, deixei-as ficar, vão demorar a sair se quiser que saiam. Mas saem. E sair porquê? Porque é pouco saudável? Porque me dizem que é pouco saudável? Porque vejo toda a gente a entendê-la como pouco saudável? Ou porque muitos a recusam? Porque acham que é pouco saudável? Ou porque eu quero? E se quero, é porque me acho capaz de enfrentá-lo? Ou porque quero mostrar que sou capaz de o enfrentar? Mostrar a quem? A mim? A ti? A quem quer que seja? Aos mais impressionáveis? Juro-te que não conheces ninguém, nem mesmo a ti próprio. Sabendo isso, já é motivo suficiente para sentir que sou alguém. Só por saber tal coisa sinto que tenho uma razão forte dentro de mim: a da auto-descoberta, a de explorar a vida, a minha vida! E nunca me terei conhecido por completo, por mais que ande. Portanto, é uma razão forte para toda a vida, se quiser. Seguir o meu ritmo não pode, em caso algum, tornar-me diferente, nem difícil de perceber ou mesmo ser razão para me isolar dos outros, ou fazer-me sentir que a minha vida será complicada de mais para conseguir seguir até ao fim, ou que me perderia pelo caminho. Sou eu que estou lá. Seguir um caminho que escolhi não é razão suficiente para alguém não gostar mais de mim. Quem gosta verdadeiramente de nós nunca fará isso porque afinal, os que gostam de nós nunca nos deixam, onde quer que seja. Porque te pintas de amarelo deixas de ser quem eras? Ou porque não podes falar deixas de amar? Deixas de ser amado? Ninguém tem o direito de se recusar amar e ser amado!
Por outro lado, é impossível que nos conheçam, se não deixarmos que tal aconteça. E se acontece, nós temos uma impressão, a que damos, outra impressão, a que achamos que damos, uma terceira, a que eles percebem de nós, e uma quarta, o que eles mostram que perceberam. Conclusão: são 4 impressões, todas diferentes. E ninguém aqui é pouco ou mais honesto por fazer, ou não, coincidir algumas delas ou mesmo todas. Estás redondamente errado se por acaso pensas assim. Estás absolutamente errado se sequer pensas nisso! Estás a perder o teu tempo. Deixa-me que te pergunte honestamente: qual a razão de fazeres coincidir as impressões aos olhos dos outros e mesmo aos teus? E elas precisam de ser diferentes? Estás a perder muito mais que tempo! Estás a magoar-te a ti mesmo, interiorizando que os outros ou não te compreendem, ou mesmo que te estão a magoar. Não tens o direito de te magoar a ti mesmo/a, de obrigares a magoarem-te, e até a magoá-los por te terem magoado! Não tens o direito de te inferiorizar! É desnecessário e errado! Tens o dever de viver, aprender, e até errar, desde que sejas feliz! Tens o direito de pensar o que quiseres mas nunca te permitas ferir quem tu és! Tens a vida toda pela frente, tens tempo para cada coisa da tua vida (vamos chamar-lhe rosa, em vez de “coisa”). E não tens esse direito porque a vida é tua. Tu é que és da Vida! Não temas que a Vida te guie. Nunca te vão perceber do jeito que esperas ser compreendido, e então? Que importa isso? Tens de ser feliz, se te percebem ou não isso realmente não importa. Não tens de interpretar cada gesto de cada pessoa que te interrompe ou quem quer que olhe para ti. Sabes bem que não vêem além dos teus olhos. Eles vêm a cor dos teus olhos porque os viram. Se lhes dissesses que eram azuis e de verdade, fossem castanhos, eles aceitariam se não os pudessem ver! Se podem vê-lo vão tirar outras conclusões. Vendo ou não, o poder de perceber os outros, de tornar esse sol mais que uma mancha amarela no céu, reside em cada um de nós. Põe-te no lugar deles de forma justa. Por isso mesmo, não percas o teu tempo a mostrar algo que pretendes que “vejam” em ti. Não consegues pôr-te no lugar deles. Sê antes tu mesmo/a. Deixa que eles sejam quem são. Se eles vêem ou não, isso nunca poderás mudar. Vais viver pior por isso? Um dia eles mudam! Não se vão recusar a gostar de ti, isso te prometo! Somos diferentes, somos, mas ninguém é como tu! Existe muita gente sim, existe, claro que existe, mas não como tu! São eles que perdem a oportunidade de terem alguém como tu na vida deles. És gente, orgulha-te disso!
Marcar as nossas acções segundo um jeito reconhecido “universalmente” como certo/errado é errado. Somos diferentes. O teu jeito é errado? Talvez tenhas pensado que o teu jeito é o certo, ou pelo menos, não é errado. Parece algo óbvio para todos nós, “gostos não se discutem”, é certo. Contudo, continuo a achar que me pareces agir do jeito que aprendeste que era certo, e pensarias tu que não foi o que aprendeste mas aquilo que sempre foste. Aprendemos dentro de determinadas condições, a ser quem somos, produtos de variáveis bio-sócio-culturais. Somos esponjas sociais. Absorvemos demasiadas coisas, para que sejamos indiferentes; digo eu, tu e o resto. Não somos tão indiferentes quanto queremos mostrar que somos. Erramos por pensar que os outros deixam o mundo assim, semelhantemente quando se pensa que “o mundo é injusto”. E é. Mas quem faz parte dele? Nós, os tais produtos bio-sócio-culturais, fazemos parte dele. Como podemos querer que o mundo mude? O mundo está sempre em mudança! Não achando que o mundo está melhor soa-me aqui que há ponta de cepticismo, um pouco de ignorância crescendo dentro de nós, porque o mundo está mudando, nós mudando, e sempre pensamos que o mundo fica pior, que nunca muda. Esquecemos que muda ele, e mudamos nós. Muda ele porque mudamos nós, e mudamos nós porque muda ele! Mais uma razão para dizer que recusamos acreditar num futuro melhor, e mesmo que seja pior, não há um lado bom naquilo que acontece? Há. Eu própria tenho que admitir que há coisas que magoam, doem e nos incomodam tanto, para um dia, cair em mim, e chorar por ter achado que a vida era injusta comigo, e afinal, por causa disso descobri algo fantástico. E não é, agora’ temos de aprender do jeito que das rosas. Tenho de agradecer aos ignorantes, aos injustos e aos ditadores, aos desiludidos e aos que perderam a fé porque graças a eles sinto-me melhor por ser aquilo que sou. Não por ser diferente deles, mas por ser quem sou. Não me comparo com quem quer que seja. O mundo é perfeito tal como é, por ter os 2 lados da moeda. Eles erram, nós corrigimos. Eles destroem, nós construímos. Um dia corre mal, noutro já não. Entristece que se recusem a admiti-lo, quando preferem pensar que ninguém quer saber deles. Talvez se eles não pensassem assim, se mudassem a forma de pensar, e não se aprisionassem na aprovação do mundo, mudaria aquilo que tem de ser mudado. E os sonhos não acabam hoje!
Haverá alguma coisa que precise de ser mudada? Tudo está em constante mudança. O próprio facto de pensar que algo precisa de mudar é tão óbvio como pensar que ao comer não vou ter fome: alguém precisa de o dizer? Não é preciso entristecer a pensar nisso, ou sequer questioná-lo! Deviam, se afinal a mudança é inevitável, encaminhá-la no bom sentido. Parem por um momento e acreditem! Absorvemos desânimo porque isto e aquilo acontece, por pensar que as coisas boas duram pouco tempo e as opostas duram demasiado tempo. Se gostariam de prolongar as coisas boas e não conseguem, ou então, deixam que as más vos consumam mais do que é suposto, não se acanhem! Não que as coisas “más” durem muito, elas duram o necessário. Desgastam-nos tanto, aparentam ser mais fortes e prolongam-se no tempo mais do que são. Erguer custa, e mais quando há dor, ou ferida, mas nada é superior à nossa força. Absorvemos pensamentos pessimistas, que a vida é curta, e que pode não continuar pois não sabemos o que está do lado de lá da porta. Não precisamos de saber o que está do outro lado da porta. Temos uma vida para viver. Complexa-se a realidade exageradamente. Além disso, o constante querer perceber a realidade deixa-nos desarmados. Há limites, e o viver nunca até hoje acabou porque já tudo está concluído. Viras a esquina e ainda tens tanto para viver, ainda. Não temos de saber tudo, temos de viver as coisas a seu tempo, fazer a felicidade prolongar mesmo que o caminho seja doloroso e difícil de percorrer. Por mais que tenhas vontade de desistir, sorri e acredita. Acreditar é algo que nos ultrapassa, nos leva bem mais além. Tudo é possível. Tudo.

quinta-feira, 16 de junho de 2011

As palavras de Eugénio de Andrade

AS PALAVRAS

São como um cristal,
as palavras.
Algumas, um punhal,
um incêndio.
Outras,
orvalho apenas.
Secretas vêm, cheias de memória.
Inseguras navegam:
barcos ou beijos,
as águas estremecem.
Desamparadas, inocentes,
leves.
Tecidas são de luz
e são a noite.
E mesmo pálidas
verdes paraísos lembram ainda.
Quem as escuta? Quem
as recolhe, assim,
cruéis, desfeitas,
nas suas conchas puras?

Eugénio de Andrade

segunda-feira, 13 de junho de 2011

5 formas (eficazes) de fazer a sua mulher gritar de prazer

Em A Vida de Saltos Altos por Solange Cosme (sapato nº39)

Prepare-se para ser comentado em todo o bairro: depois disto a sua mulher vai andar de sorriso na cara de orelha a orelha.

Precisamente a meio de um fim-de-semana prolongado, decidi que era altura de fazer algo pelo sexo masculino que anseia ardentemente ser um amante excepcional e fazer as delícias da sua mulher. Para o ajudar nesta tarefa herculínea (afinal todos os homens sabem que as mulheres são demasiado exigentes) apresento-vos uma rotina de apenas 5 passos que levará qualquer mulher - mesmo as mais recatadas e envergonhadas - aos mais puros píncaros do prazer.

  • Preliminares: Mexa-se de forma sensual para ela reparar em si
O truque é chegar um pouco mais cedo a casa para preparar todo o cenário. Se a casa estiver desarrumada (roupa pelo chão ou sapatos fora do lugar), arrume tudo pois as mulheres gostam de ambientes simples e confortáveis. Acenda umas velas e quando a sua mulher estiver quase a chegar a casa ligue o aspirador. Quando ela passar a ombreira da porta faça-se despercebido (não mostre logo que está muito interessado nela pois é isso que a vai levar à loucura) e comece a deambular pela casa aspirando todo o chão (mesmo os recantos mais obscuros). Se a sua esposa tentar falar consigo ignore-a e continue a aspirar. Diga-lhe que o aspirador faz muito barulho e que já conversam. Ela vai morrer de ansiedade pela antecipação. Não pare até ter aspirado toda a casa - as mulheres gostam que se demore nos preliminares.
  • Deixe-a desinibida: Derrame todo o seu charme e poder másculo
Quando resolver finalmente dar-lhe atenção a sua mulher já estará pelo beicinho. Mas você hoje quer dar-lhe mais. Sente-a no sofá e dispa-a lentamente. Comece pelos pés - enquanto lhe serve um batido de frutas - e faça-lhe uma massagem relaxante. Espalhe um pouco de óleo de massagem e fale-lhe baixinho e de forma ternurenta. Tudo isto servirá para baixar o seu batimento cardíaco e deixá-la mais relaxada para os momentos de intenso prazer que se seguem. Vai deixá-la louca. Você sabe toda a lição!
  • Com a máxima intensidade: Já com água na boca
Se ela adormecer depois da massagem aos pés, melhor ainda. Nem sabe o que lhe espera! Faça-lhe um jantar delicioso e sirva-o entre velas e regado de um bom vinho. A sua mulher estará nas nuvens, já a navegar no prazer absoluto, e você está pronto para a levar ao clímax. Não se esqueça da sobremesa! E se ela tentar recusar diga-lhe que ela está magrinha e que você hoje gostaria mesmo de a ver comer aquele pedaço de bolo de chocolate. Garanto-lhe que esta noite será recordada não só por vocês dois como pelo bairro inteiro que irá ouvir os gritos de prazer absoluto da sua mulher.
  • O Clímax: indecente e muito molhada
E eis que se vê a chegar ao fim desta extenuante e sensual noite. A sua mulher tem as pernas a tremer de tanta emoção, mas você não quer parar até ela estar completamente de rastos.
Peça-lhe para se sentar numa cadeira da cozinha virada para si. Devagar, com movimentos suaves mas precisos, coloque as luvas de borracha e abra a água quente do lava loiças (neste momento vai verificar que a respiração da sua mulher estará para lá de ofegante). Devagar comece por espalhar detergente por toda a loiça do jantar e pegue da esponja de forma firme e máscula. Se a sua mulher gritar neste momento, não tente abafar nada: ela está a atingir o seu máximo de prazer absoluto - algo tão mágico que ela nem irá acreditar que será real. Não pare e lave toda a loiça debaixo da água morna e fumegante. Comece pelos talheres, depois pelos pratos e termine nos copos. Demore-se a lavar cuidadosamente os tachos e deixe a cozinha num brinco! A sua mulher ficará extenuada mas feliz e com a certeza que você a ama como ninguém. Depois de tudo... abrace-a e diga-lhe que a ama. Ela merece, e a última coisa que quer esta noite é que a sua mulher se sinta usada!
  • Recomece tudo no dia seguinte: Acorde-a de forma inesperada
No dia seguinte a sua mulher vai acordar para uma nova vida. A primeira coisa que você vai ver será o seu sorriso cintilante. E é nesse mesmo momento, ainda entre os lençóis quentes da noite anterior, que a vai fazer recordar porque é que ela casou consigo: sirva-lhe um pequeno almoço de rainha! Crepes, fruta, sumos, cereais... vale tudo! Não tenha medo de colocar em prática algumas técnicas menos usuais (como ovos mexidos e bacon - algumas mulheres gostam e você tem de manter a mente aberta) e mesmo utilizar alguns brinquedos eróticos como o bule de limoges para servir o chá ou a baixela de prata para servir os pasteis de nata!
Afinal, você é um homem moderno e está determinado a levar o prazer feminino a lugares onde ele nunca esteve antes!

Nós por aqui só temos uma coisa a dizer: força, tigre! É de homens como você que as mulheres precisam.

domingo, 12 de junho de 2011

Pensa nisto

O corpo humano é a carruagem, eu, o homem que a conduz, os pensamentos as rédeas, os sentimentos são os cavalos.
(Platão)
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No amor ninguém pode magoar ninguém; cada um é responsável por aquilo que sente e não podemos culpar o outro por isso... Já me senti ferida quando perdi o homem por quem me apaixonei... Hoje estou convencida de que ninguém perde ninguém, porque ninguém possui ninguém... Essa é a verdadeira experiência de ser livre: ter a coisa mais importante do mundo sem, no entanto, a possuir.
(Paulo Coelho)
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"Quando nada parece dar certo, vou ver o cortador de pedras martelando a sua rocha talvez 100 vezes, sem que uma única rachadura apareça. Mas na centésima primeira martelada a pedra abre-se em dois, e eu sei que não foi aquela que conseguiu isso, mas todas as que vieram antes."

(J. Riis)
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Há circunstâncias na vida em que a dignidade humana pode exigir grandes sacrifícios, isto é, heroísmo. Ninguém tem autoridade moral para exigir de outro um comportamento heróico. Cada um de nós tem essa obrigação, não porque outros lho peçam ou censurem se o não fizer, mas porque as próprias coisas lho pedem; pede-o sobretudo a dignidade humana. A história de todas as culturas está cheia de gestos exemplares deste tipo, fora do "normal estatístico". Mas estas escolhas podem surgir na vida de todos os homens, em circunstâncias "normais".
(Juan Luis Lorda)
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As coisas grandes são aquelas que o amor nos leva a fazer, e muitas vezes realizam-se por meio de pequenos gestos. Fazem-se pisando os nossos apetites e gostos, abandonando o cómodo estojo no qual temos tendência a encerrar a nossa existência.
(Paulo Geraldo)
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O amor é alimentado pela imaginação e, por meio dele, tornamo-nos mais sábios do que nos sabemos, melhores do que nos sentimos, mais nobres do que somos; por meio dele podemos ver a Vida como um todo; por meio dele e apenas por meio dele, somos capazes de compreender os outros nas suas relações reais e ideais.
(Oscar Wilde, in “De Profundis”)
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Cada vez que escolhemos algo estamos a escolher-nos a nós mesmos. Não é possível escolhermos o mal sem nos tornarmos maus, nem escolhermos o bem sem melhorarmos.
(Joaquín García)
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Observei muitas vezes que as pessoas mais críticas são aquelas que têm em si um grande vazio espiritual. Chego a perguntar-me se determinadas pessoas (à semelhança de ideologias como o marxismo) não sentem necessidade de fabricar inimigos para poderem existir, precisamente por ser enorme o seu vazio interior.
(Jacques Philippe)
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No jogo da vida, as derrotas deixam marcas, as feridas fazem mesmo doer, muitas vezes não recuperamos aquilo que perdemos. Estamos ancorados à realidade e, por isso, para nos divertirmos, para nos sentirmos como aventureiros no meio de tudo isto, temos necessidade de coragem. E de não calarmos aquilo que dentro de nós nos chama a um sonho, clama por aventura, pede para fazermos com a vida qualquer coisa que seja grande.
(Paulo Geraldo)
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Queremos nós realmente isto: viver eternamente? Hoje, muitas pessoas rejeitam a fé, talvez simplesmente porque a vida eterna não lhes parece uma coisa desejável. Não querem de modo algum a vida eterna, mas a presente; antes, a fé na vida eterna parece, para tal fim, um obstáculo.
(Bento XVI, "Spes Salvi")
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Essas medidas que alguns governos tomam para assegurarem a morte da fé nos seus países, recordam-me os selos do Sinédrio no Sepulcro de Jesus. Ele, que não estava sujeito a nada nem a ninguém, apesar desses entraves, ressuscitou!
(Josemaria Escrivá)
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Muito débil é a razão se não chega a entender que há muitas coisas que a ultrapassam.
(Blaise Pascal)
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Não é verdade que a justiça consista em tratar todas as pessoas da mesma forma. Ela consiste, antes, em tratar cada pessoa da forma que lhe corresponde, de acordo com as suas características e necessidades pessoais. Isto exige, porém, que se dê atenção a cada pessoa singular, e… dá muito trabalho.
(Paulo Geraldo)

Uma coisa é achar que estou no caminho certo, outra é achar que o meu caminho é o único. Nunca podemos julgar a vida dos outros, porque cada um sabe a sua própria dor e renúncia...
(Paulo Coelho)
 

Restos de uma socidade

[Quarta-feira, 26 de Maio de 2010]


Ouvir as pessoas não é assim tão complicado quando isso, falar com elas tão-pouco. O egoísmo está sempre nas veias mas isso vence-se, acredito que sim. Agora pergunto: será que as pessoas precisam realmente de ser ouvidas? Ou chegarão a fingi-lo, tanto quanto o amor que pelos outros sentem, ou mesmo o ódio? Bom... a minha experiência têm-me revelado umas quantas pequenas coisas. Fazem toda a diferença. Reparem: vocês vêem determinadas pessoas, que ninguém se atreve a aproximar, mal lhe falam. O que têm elas de mal? Aspecto? Personalidade? Hum... estranho... já alguém se deu ao trabalho de chegar perto e partilhar umas boas longas horas de conversa? Talvez não... Talvez o receio de sermos um «aparte» seja maior. Pois eu cá, tenho sempre aqueles momentos de pouca coragem e dou-me ao trabalho de perceber essas pessoas, puxar cá para fora algo bom, alguma confiança, alguma auto-estima, algum reconhecimento. Sim e vale a pena! Um dia mais tarde acordamos e já essa pessoa nos passou à muito. Quem é o quê? Agora e sempre isso acontece de alguma forma... no fim acabamos nós por ocupar esse lugar «aparte». Uma boa pergunta realmente... Será que vale a pena tentar mudar as coisas para algo melhor? E depois sujeitámo-nos a sermos nós o centro das atenções desconfiadas? Boa pergunta again...Já se aperceberam disso? As pessoas à medida que sentem confiança, vão ganhando aquela arrogância natural até que se corte pela raiz e entrem num novo mundo, mais ou menos desconhecido e recuperem o seu estatuto. É justo? As pessoas lutam por isso, dão o seu contributo, e talvez o mereçam. O mundo está assim por alguma razão: a nossa razão, a nossa vontade!! As pessoas d’alguma forma querem ser o centro das atenções e aí tudo muda, sobe-se bem alto, mas um dia alguém ou algo nos faz cair, faz-nos ou obriga-nos a revelá-lo, querendo ou não, acabando por mudar. E o lobo mau passa a ser o capuchinho vermelho, ou a avozinha. Será que devemos então esforçar-nos para tentar ajudar essas pessoas?


Há aquela forte tendência para criarmos grupos. Em que se baseiam esses mesmos grupos? Já pensaram que nem todos pretendem isso? Sentimos um certo àvontade quando nos encontramos junto daqueles que supostamente melhor nos percebem, nos ajudam, partilham connosco os momentos e o que mais vier. E um dia, há um imprevisto que nos impossibilita de estarmos juntos com eles. Que fazer? Será que alguém mais nos vai aceitar? Será que nos vão mirar o olhar da condenação sempre que dermos um passo em frente? Ficar no nosso canto a morrer de desespero por não ter alguém? Ou ter que se sujeitar as regras dos outros em troca a aprovação, ou espécie de disso? Só quando chega ao nosso prato percebemos o desespero daqueles a quem chamamos de «apartes da sociedade» (se já não se habituaram a isso...). Por vezes, um simples olhar não engana. Por eles não quererem sujeitar-se às regras dos outros não têm direito a um lugar? Temos que nos tornar cópias uns dos outros para chegar mais longe, ou não sermos discriminados? Somos o futuro desta humanidade se seguirmos os ideais de alguém, que nem sempre olha para o bem-estar dos outros (não só bem-estar...)? Não haverá necessidade de defender os nossos direitos, desejos, medos, formas de pensar em nome de uma amizade e mesmo da sobrevivência? Será que já atentaram ao facto de gente «diferente» ter mudado o mundo?


Foram algumas personalidades reconhecidas mundialmente, os quais eram vistos inicialmente como «malucos» [Leonardo da Vinci, Jesus Cristo, Martin Luther King, Dalai Lama, Einstein, Michael Jackson, Fernão de Magalhães, Sócrates, José Saramago, Madre Teresa de Calcutá, Bin Laden, Pasteur, Freud, Braille, Walt Disney, Hitler...] que, vieram mudar o mundo, de alguma forma. Aspectos positivos ou negativos mudaram algo. Fizeram as pessoas questionar outras possibilidades. Não são senão pessoas diferentes, capazes de admitir a sua diferença, mais, admitir que os seus ideais poderiam, de alguma forma, mudar o mundo. Apesar de poderem causar mal-estar a uma grande maioria, acreditaram que seriam capazes de trazer benefício a uns, mesmo que uma minoria. Todos merecem o seu lugar, a sua dignidade. Esses ousaram enfrentrar o terrível «Adamastor» do mundo. Resistiriam à Indiferença, à Revolta, à Ignorância. Diferenças trazem sempre o desagrado de quem beneficiava até ao momento da inferiorização dessa minoria. Por terem diferentes opiniões temos que aceitar como certas, ou como absolutas? Que pesa mais: o medo da rejeição ou a possibilidade de enfrentar a mente comum das pessoas?


Se um dia tomarmos o lugar deles, percebermos o que é sentir aquele fardo... Imaginem se isto se prolongar... Então aí ou bem que migramos para onde pouca gente perceba a situação ou para os wc's (também é uma opção!). O mais complicado, ou talvez não, é tentar calcar território inimigo, conseguir a aprovação de todos e a união de um novo grupo. São todas opções complicadas para nós. O mais certo é tentar a última opção, talvez aquela que permitirá um futuro menos doloroso e futuramente mais agradável. Como queríamos ter mais consideração pela parte dos outros... Eis que chega esse dia... [Será que chegou de facto?] Provavelmente... O tempo está passando e pouco tempo falta... as despedidas, chorar pela partida, a separação custa sempre tanto... [O fingimento é suspeito...] Passam as férias... regresso agora a um ambiente totalmente diferente, cheio de caras desconhecidas e apetecíveis (hum...) E tudo tem que começar de novo... custa? Talvez não... Aí está a nossa oportunidade de brilhar, fazer grandes amizades, ocupar um alto estatuto. "Ninguém" se conhece, em breve formarão grupos e grupinhos... Ofensa a um dos membros dele é sempre motivo para mandar bocas [bocas não se mandam, elas estão na cara ;-) ]. Um dia isso muda. As pessoas entendem que já nos conhecem como a palma da mão delas (gente comum é normal que seja tão previsível...) e querem mudar o rumo, virar o barco. Começam as jogadas falsistas e facetas sorridentes e super amarelas... Já este diz que aquele isto, e aquele dirá que o outro aquilo e o outro virá deitar a sua vingança aos nossos pés, isto porque o ataque é a melhor defesa. Ninguém quer saber se é justo ou injusto, se é verdade ou nem por isso. Só se encarregam de tirar a fama de cima de si mesmos, fingindo um tanto a amizade. A amizade tem valor? Não, é a amizade que procuram estes, somente companhia e uma tentativa de serem o centro das atenções. Boa pergunta... Se alguém desse valor a uma amizade, não se restringia só às Leis da Amizade. E quais são? Nenhuma em concreto, pois, eu cá considero que dar uma pequena grande parte de nós é sempre justo. É válido. As pessoas sabem sempre o que é moralmente correcto fazer e o que não fazer. Sabem muito bem o que não se deve saber [bem demais, até!] Jogam sempre da mesma maneira, até mesmo quando querem deitar o próximo abaixo (se bem que aquilo que pensa ou mesmo sente não é o mesmo que aquilo que faz crer...). Fingem ouvir as pessoas quando elas mais precisam, fingem ser amigos, graças ao senso comum, que diz aquilo que «toda» a gente faz e não faz, segundo a sociedade em que estamos inseridos. Quando mais precisas delas não estão lá de facto, só se por elas chamarmos (e mesmo assim...) Face às infelicidades não sabemos como reagir de verdade, já face às alegrias todos mostramos o quão agradável é estar assim.


É certo... o egoísmo é dos maiores conductores das acções humanas; agir em função daquilo que queremos, muitas vezes, ou mesmo sempre. Não é vontade de quem quer que seja sentir-se reprovado, afastado ou mesmo sentir que somos diferentes; neste caso a diferença é vista como razão de reprovação. Pretendo sublinhar a importância de nos colocar-mos em várias situações e prever isso mesmo. O senso comum não nos traz respostas certas, possivelmente as mais aceitadas, mais fáceis aos olhos dos outros, nem sempre aos nossos. Isso sim, nada mais! Contudo, é o senso comum que tem uma forte ligação, em especial, ao precoceito. Somos bem mais que seres irracionais. Eles (seres irracionais) agem assim, nós temos que usufruir do nosso potencial, temos que fazer valer a dita «superioridade humana». Sim... há necessidade de hierarquias para que uma sociedade funcione perfeitamente e uma certa necessidade de criação de grupos mas precisam eles de ser desta forma? Há necessidade de haver rivalidade pura e violência gratuíta? Seremos bem mais sucessidos ou então, felizes se houver esta rivalidade? Depende e muito das nossas acções. Não quer dizer que um hematoma seja sinónimo de infelicidade, não necessariamente. Há dores que trazem felicidade, por mais contraditório que pareça. O sofrimento nem sempre é feito com o propósito de provocar infelicidade a quem quer que seja, enquanto que a indiferença muitas vezes traz mais despero que por vezes uma palavra desagradável...


Falar das acções humanas, e das relações é algo tão complexo, que tem sido alvo de imensos estudos até. Não cabe só aos psicologos, psiquiatras, psicoterapeutas, sociólogos e restantes (peço desculpa não mencionar os nomes de todos os outros) perceber isso. Se todos nós tomassemos atenção, até mesmo a determinadas situações do dia-a-dia e reflectissemos sobre elas, talvez muita coisa mudasse. O maior objectivo deste blog é certamente alertar, consciencializar o nosso papel, bem como o dos outros. Não há necessidade de pensar em não fazer aos outros aquilo que não gostamos que nos façam a nós. Não. Há que pensar antes que cada um é diferente e se percebermos cada qual do jeito que é, talvez os outros mais nos respeitem. Talvez até assim tenhamos mais respeito por aquilo que somos. Se não nos respeitam, temos o dever de o exigir. E é errado pensar que temos que fazer o bem aos outros por o que quer que seja. Não é tão necessário quanto isso. Há sim que ser-se justo, sobretudo, connosco mesmos. Vivemos em sociedade e precisamos tanto dos outros como de nós mesmos. A justiça é nosso dever, e também nosso direito.
"Pensamos demasiadamente e  
Sentimos muito pouco…
Necessitamos mais de humildade
Que de máquinas.
Mais de bondade e ternura
Que de inteligência.
Sem isso,
A vida se tornará violenta e
Tudo se perderá."

Charles Chaplin

Mandamentos do Amor

Gostei deste excerto, que vou reproduzir de seguida. Bom proveito:

"Os mandamentos do amor. Nunca gostei de regras. Nunca gostei de leis. Mas a verdade é que existem e todos nós as devemos seguir, e nem sempre as seguimos claro. Tomemos o exemplo de 10 mandamentos que surgiram pela igreja. São coisas básicas, parecidas com os avisos das mães quando estão a ensinar os primeiros passos às crianças. Afinal, debaixo do grandioso Deus que nós criamos como um homem de barbas ou simplesmente o céu, somos umas criancinhas. Se Deus é o mundo, o universo, nós somos simples formigas, formigando e alastrando as nossas minúsculas pégadas pelas barbas de Deus.

Não queria ser Deus, se tivesse que acolher a todas as orações do mundo. Mas vou ousar sê-lo para dar os meus próprios mandamentos do amor. Porque dizem que o amor é a arma mais forte, e que Deus o manda praticar e alastrar pelos homens, mas nunca o vi instruir alguém de como deve amar, ou tratar o amor.

1º- Adorar-te e amar-te sobre todas as coisas: Nunca poderás gostar de alguém sem gostares um pouco de ti. A baixa auto-estima e confiança pode tornar o esforço e a dedicação feita por outra pessoa quase nula. Isto porque se não gostarmos de quem somos, parece não termos nada para oferecer ou partilhar com alguém, e a tristeza e solidão que carregamos connosco, apesar de todo o amor sentido por outro, também se transmite, e leva a um “cansaço” da relação.

2º- Não invocar nomes em vão: Primeiro, se iniciamos uma relação e se estamos felizes com ela, os nomes das pessoas que já nos entristeceram ou magoaram, não devem vir à baila nem nas conversas, nem nas piadas, e muito menos no sexo! A pior coisa que pode acontecer é trocarem o nosso nome com um caso de ex-relação. Por vezes, pode ser sem intenção, mas pode estragar o momento, sobretudo se a pessoa com quem estamos for muito ciumenta. Segundo, o nome de quem amamos deve ser pronunciado com sentimento. É o amor, fazer do nome de alguém parte de significado do nosso.

3º- Santificar os segundos solitários e as horas de sentimento: Anos depois do começo da relação, hão-de vir conversas em que venham À memória aqueles dias perfeitos passados com ele/ela. É sempre bom guardá-los com carinho nas milhares de gavetas que temos na cabeça e coração. Sentimo-nos bem saber que a pessoa se lembra dos dias que esteve connosco e daquelas horas em que a felicidade nos circundou. Tal como dos momentos em que esteve sem nós, mas sentiu saudade.

4º- Honrar pai e mãe: É imprescindível lembrarmos sempre quem nos criou, e nos ajudou a crescer de corpo e alma, tal como quem ajudou a crescer o/a nosso/a companheiro/a. Os sogros nunca são vistos como boas pessoas, mas são apenas mitos e tradições vulgares do povo. Apesar da relação ser a coisa mais importante, e o planeta central, nunca nos podemos desligar dos anéis e estrelas que o circundam. E os nossos pais, e sogros, nunca devem ser esquecidos, devem ser honrados. No entanto, também não devem interferir.

5º- Matar: Matar em todos os sentidos. Matar saudades, matar desejos, matar de amor…com palavras e provas inimagináveis e secretas. Matar de…surpreender. Inovar. Renovar. Ser romântico ser divertido sempre em diferentes pontos, deixar a pessoa que amamos de boca aberta, olhos esbugalhados e coração quase parado. Enfim…matar.

6º- Guardar respeito nas palavras e nas obras: Podemos gostar muito de alguém e ser correspondidos. Podemos até ser impacientes em certos momentos. Mas um valor que nunca deve faltar é o respeito. Se o nosso parceiro não quer, ou não se sente preparado para algo, nunca deve haver obrigação. A paciência é amarga, mas o seu fruto é doce.

7º- Não furtar: Por outro lado, se amamos alguém mas não somos correspondidos, não queiramos estragar e roubar a felicidade desta. Se ele/ela está junto com alguém, não devemos interferir apenas porque amamos. Não digo que se deva desistir, mas se amamos mesmo uma pessoa devemos querer vê-la feliz, e não pensar apenas em nós e no que nós queremos e desejamos ter. Mas não conseguimos.

8º- Não levantar falsos testemunhos: Nunca se deve acreditar sem ver. Por vezes pessoas alheias e com esperança de estragar a relação, são capazes de inventar ou provocar tudo. Se realmente gostamos de uma pessoa devemos saber ouvi-la e comprovar os falsos testemunhos. Outras vezes, nem sempre o que vemos é o que parece, e então, nunca de deve ser impulsivo/a ao ponto de julgar quem amamos!

9º- Não guardar castidade nos desejos e pensamentos: É excelente poder partilhar os nossos pensamentos com quem amamos. Partilhar ideias, partilhar fantasias e desejos vão alimentar a vontade de saber e querer satisfazer o outro, porque assim damos a saber melhor o que gostamos ou não. Já com perguntas diretas o completo conhecimento nem sempre resulta.

10º- Não cobiçar as coisas alheias: Todos somos homens ou mulheres, e todos temos tendência a olhar e apreciar o que é dos outros. Numa relação nem sempre é bom apreciarmos outra rapariga ao pé da namorada, acreditem, não dá bom resultado. Mas temos o direito de apreciar. Desde que, tenhamos na consciência, que estamos bem assim, apesar de haver pessoas lindas, fabulosas que possamos olhar, não as devemos cobiçar, porque a pessoa que amamos, é a jóia mais rara do mundo, e ninguém sabe disso…é só nossa."
[Artigo escrito por Clara Godinho colaboradora do Sentimento Calmo]

Acho que não foge assim tanto à realidade. No fundo, acredito que poucos aprenderam a amar de verdade, num bom sentido. Não tanto de um jeito perfeito, eterno e louvável, porque afinal nunca ninguém saberia amar desse jeito. Ess forma traz transtorno, dor, e apenas ilusão. Penso que os nossos pais tentaram e falharam, cabe-nos, então, a nós mudar aquilo que temos dentro de nós e... quem sabe não teremos um sorriso tamanho por saber que fazemos a diferença? ;) Quem sabe não vai alguém olhar para nós e tentar fazê-lo? Não temeis nada, ninguém consegue copiar à letra, somos humanos, portanto, só há que tentar! E conseguimos, porque temos uma imensa vontade de amar e ser amado. Não custa, vais ver que não!