segunda-feira, 27 de junho de 2011

Paciência, será que ainda tens?

O mais difícil é ajudar em silêncio, amar sem crítica, dar sem pedir, entender sem reclamar…





A aquisição mais difícil para nós todos chama-se paciência.





Ah! Se vendessem paciência nas farmácias e supermercados…





Muita gente gastaria uma boa parte do salário nessa mercadoria tão rara hoje em dia.




Por muito pouco a madame que parece uma ‘lady’ solta palavrões e berros que lembram as antigas ‘trabalhadoras do cais’…




E o bem comportado executivo? O ‘cavalheiro’ transforma-se numa ‘besta selvagem’ no trânsito que ele próprio ajuda a tumultuar…




Os filhos atrapalham, os idosos incomodam, a voz da vizinha é um tormento, a atitude do chefe é demais para a tua cabeça, a esposa tornou-se uma chata, o marido uma ‘mala sem alça’.





Aquela velha amiga uma ‘alça sem mala’, o emprego uma tortura, a escola uma chatice.




O cinema arrasta-se, o teatro nem pensar, até o passeio virou novela.





O outro dia, vi um jovem a reclamar que o banco dele pela internet demorava a revelar o saldo, lembrei-me da fila dos bancos e balancei a cabeça, inconformado…




Vi uma rapariga a abrir um e-mail com um texto maravilhoso e apagou-o sem sequer ler o título; dizia que era demasiado longo.





Coitados de nós, meninos e meninas sem paciência, sem tempo para a vida, sem tempo para Deus.




A paciência está em falta no mercado, e desta forma, a paciência sintética dos calmantes está cada vez mais em alta.





Pergunte a alguém, que saibas que é ‘demasiado ansioso’ onde ele quer chegar?




Qual é a finalidade da sua vida?




Surpreende-te com a falta de metas, com o vago da sua resposta.




E tu? Onde queres chegar? Estás a correr tanto para quê? Por quem? O teu coração vai aguentar?



Se morreres hoje de enfarte agudo do miocárdio o mundo vai parar? A empresa em que trabalhas vai acabar?




As pessoas que amas vão parar?





Será que conseguiste ler até aqui?




Respira… Acalma-te…




O mundo está apenas na sua primeira volta e, com certeza, no final do dia vai completar a sua volta em torno do sol, com ou sem a tua paciência…






"Nunca vinham juntos. E não sabia se o espantava mais a lentidão dele ou a pressa dela."


- Caio F. Abreu in "Os Dragões não Conhecem o paraíso".





"De jovem não soube compreendê-lo, mas agora sim, agora entendo que a ausência possa estar presente, como um nervo prejudicado, como um ave sombria."


- Audrey Niffenegger in "A Mulher do Viajante no Tempo"

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