Não posso acreditar que um dia imaginei que pudesse sequer mudar o mundo. Fui tão ingénua... crer que algo assim fosse possível... Se nem eu percebo o meu fundamento...
sexta-feira, 2 de setembro de 2011
Expressamente
O que é suposto fazer quando me sinto assim? O que queriam que fizesse quando me magoam? Magoa, claro que magoa dizerem-me que é preciso fazer sacríficio. Sacrificío... Ha... sacrificio... Sinto como se tudo o que fizesse fosse tudo menos isso. Sacrifcío? É tudo o que tenho andado a fazer... Não parece, ninguém vê isso, como podem saber? Mas eu digo, e custa-me que não acreditem no que digo. Mais parece que tou a brincar. Não tou! Sacrifício? Quando me restrinjo a estar aqui fechada dentro destas 4 paredes muito mais do que devia, em vez de sair e estar com quem realmente queria estar, ou até a fazer o que gosto. Em vez disso, tenho de lhes dizer que não posso. Inventar desculpas... Às vezes chego mesmo a ser sincera: não posso, não tenho dinheiro. Não tenho como ir... Vamos na próxima vez, importas-te? Tenho que ajudar os meus pais, têm muito trabalho... Ninguém gosta de passar o tempo a deprimir e a falar de coisas que não quer, ou coisas que não gosta; ainda que o não diga, pensa-o, e tudo se transforma... Quem gosta de ouvir um amigo dizer constantemente, "olha desculpa mas não posso"? Quem? Mais parece que não gosta de nós! Poxa! Que mal lhe fiz? Oh, mais uma promessa... E sempre isso, sempre a mesma história! Prefiro inventar desculpas, se bem isso também me incomoda. Porque não tenho escolha, e restringo-me apenas a pensar que um dia hei-de estar com eles, ou fazer isto e aquilo... um dia... se é que vou poder... Nada me garante isso afinal, não passam de promessas minhas... Gostava tanto de poder ter aquele livro que quero, ou a ter um computador decente e passar umas horas valentes a jogar, como antes. Gostava de me poder sentir como qualquer um. Que há esforço mas no fim lá consegue. Seja muito ou pouco, consegue. Pegar e meter-me no autocarro e ir por aí tar com eles, até àqueles a quem prometi. Gostava... Pedem-me sacrificios. Sinto-me mal, comigo mesma. Sei muito bem que não faço a melhor das figuras. Sei que pareço isto e aquilo. Mas já não importa que me achem louca, ou o que quer que seja. Ainda há pessoas que o acaso empurra contra mim, e são dignas de algo divino, sei lá. Elas dão-me a mão. Isso para mim é tudo! Elas não sabem o quanto. Também não sou muito de mostrar. Mas não faz mal! Não quero que tenham pena de mim! Sinto tanta raiva dentro de mim...Choro como uma doida; é essa a minha forma de exprimir esse sentimento. Sacrífcios? O que tenho andado a fazer todo este tempo? Nada... Nada mesmo! Ha... Desejo tanto vingar-me disso tudo. Vem aquela vontade incontrolável de querer poder ter aquilo que não tenho, por isso mesmo, porque não o tenho. Chega a um ponto que a fome é tanta que já não a consegues controlar, não consegues simplesmente. Sou humana, erro, fraquejo, puxa! Só não quero que me digam isso, não peço que me entendam. É dificil tentar perceber o que sinto por aquilo que mostro. Expludo, é o que sei fazer. Magoa-me, e insistem nessa conversa. O que posso fazer? Faz-me sentir culpa por não conseguir, que não passo de alguém que não consegue ter aquilo que deseja. Eu não tenho tanto assim, para gastar tanto assim. Mesmo que quisesse, não posso. Não posso simplesmente pegar e ir por aí, como se tivesse sozinha. Não se resolve assim! Sinto culpa. Passam a vida a dizer que gasto, ofendem, esmagam. Ele que fuma, e gasta resmas a fumar, ele que em vez de vir ter comigo e ser sincero, ser directo, não! Faz tudo menos isso. A vida exige que gastemos um mínimo, e nem isso me perdoa! Ele fuma, eu não posso... Não sirvo de muro das lamentações, não sou nenhum saco de boxe, onde todos despejam as suas frustações e culpas. Tenho as minhas necessidades, tenho a minha vida. Tudo tem consequências!! Querem que adivinhe aquilo que sentem, querem que aguente tudo isso assim, tempos sem fim. Aguento até certo tempo, não sou de ferro!! Preciso de um tempo. Só isso. Já à tanto tempo que me conhecem e continuam a insistir na forma errada, e a achar que não sei conversar, e que não oiço ninguém, que quero fazer tudo da minha forma, não sei respeitar os outros. Sabem lá o que sinto... E se mostrasse isto ou o dissesse agora mesmo, será que iam entender? Acho que não... Passam o tempo achar que resmungo, quando apenas quero abrir-lhes os olhos. Porque não digo o que quero. Quem me dera que fosse tudo um mar de rosas e passar a vida a dizer que é um mar de rosas. Não é, e não mudam! Queixam-se da vida, e ficam a atirar pedras em vez de fazer as coisas da forma certa. E dizem-me que não entendo nada desta vida, para depois me atirarem à cara que já sou crescida o suficiente para saber o que quero! Acham que é fácil dizer o que digo? Não, digo porque me apetece! Pois, para mim é melhor passar a vida a resmungar. Não tenho mais nada a fazer... Passo a vida atrás dos outros a dizer-lhes aquilo que não querem ouvir... Tenho uma vida, quem vai vivê-la por mim? Esquecem-se disso! Magoa-me saber que as coisas não estão fáceis, por mais que tenha lutado, parece absurdo, parece que não deu em nada. Tanto para nada! Custa... Não parece querer acabar, estou cansada. Como querem que esteja bem? Nem sempre consigo controlar as minhas emoções. Sempre a teclar a mesma tecla, fica mais fácil activá-la. Nem dou conta disso: é automático. Quando vão perceber que insistir nisso aumenta aquilo que sinto. Não quero isso! Não consigo segurar algo que constantemente me magoa. As pessoas afastam-se. É mais fácil afastar que pegar e pensar. O que fazem, é afastar-se quando às vezes preciso de um ombro para chorar, ou até que seja uma folha e uma caneta. E então? Sou assim, e agora que queres que te faça? Se me afasto é porque não quero ouvir. Nem é isso sequer... E vou passar a vida a contar aquilo que passa por mim? Não sou nenhuma vítima nem quero que tenham pena de mim. Só queria que tudo isto acabasse de vez. São sacríficios que me pedem, sacrificios... Acho que já nem sei o que isso é. A vida não é fácil e a maré que acabou de ir foi tudo menos simpática. Ainda tenho rastos desse turbilhão dentro de mim. Só quero proteger-me. Quero perceber ao certo quem sou e porque reajo assim. Nem tudo é tão mau assim, mas reajo claro que reajo. Não tenho defesas, tudo o que toca lá mexe comigo. E agora? Que queres que te faça? Sou eu que sou dificil ou és tu que não me consegues entender? A ferida ainda não fechou... Só preciso de tempo para a fechar. Só quero ter paz, pode não parecer, mas quero ser feliz. Agora não me peçam sacrificios que tudo o que tenho feito é isso. Se queremos sobreviver temos que passar por cima. Nem sempre é fácil. Ninguém sabe o que senti todo este tempo, ou sequer o que fiz. Mas sei que isto tudo sempre deixa uma lição. Agora não me peçam sacrificios e esperem que eu continue a sorrir e a ser eu, porque isso nunca vai acontecer. Nem a vida é assim, nem todos temos bons e maus momentos, abram é os olhos, e entendam as coisas, parem com essas conversas desnecessárias. Parem de querer que as coisas sejam do vosso jeito, porque eu sou eu, e não acho que sou um estorvo para quem quer que seja. Sei bem sair dessa cena, antes dela começar! A passar o tempo a pensar ponto por ponto, por medo de perder, medo de não mais conseguir. Medo de não ter como sobreviver, medo de ser rejeitada, mais do que o meu esforço para me afastar de todos cria. Medo de dizer que não posso porque... Medo. Medo que estejam comigo para me tentar animar, sem eu perceber. Eu consigo, só não consigo quando passam o tempo a dizer que não é fácil, que é preciso sacrificios, que não tá fácil. E agora? Vou passar o tempo a chorar e a achar que são menos porque não tenho o que todos têm? Poupem-me! Magoa-me quando dizem que não consigo porque eles não conseguem. As pessoas que tiveram do meu lado não tão esquecidas, nunca na vida. É a elas que tenho a agradecer as lágrimas que souberam esperar que caissem e as palavras que tinham um involucro mais dificil. Chega de roçar o ridiculo e dizer que não consigo, porque consigo. Este é o primeiro passo, que dou. Até hoje era incapaz de dizer tudo isto, dificil ou não, mas as coisas têm de ser ditas. Esperar que entenda algo que eles dizem, como se eu tivesse estado dentro deles, e puff... percebi. Se calhar até entendo, mas não dessa forma. Por isso mesmo, porque não estou dentro deles para saber. Esperava que dissessem algo diferente que não sejam problemas. Sempre a regar as ervas daninhas, cansa! Como qualquer pessoa preciso que confiem em mim, e se cometer erros, não vou negar-me às consequências deles. Como qualquer um preciso de tentar para saber se sou ou não capaz. E mesmo que não consiga, não sei se na próxima vez não vou conseguir. Cheguei aqui, não sou cobarde, não sou fraca, não sei é ser de ferro! Não sei aguentar a forma dos outros se eles não se esforçam por tentar, se eles se recusam. Por dizer o que quer que diga, não quer dizer que saiba mais que eles. Sou nova, é verdade. Mas isso não quer dizer que também não tenha nada para lhes ensinar. Deixem-me viver, deixem-me errar, deixem-me tentar. Não vou embora por tentar. Estou aqui, sabem bem que estou. Só não conseguem entendê-lo. Não tentem entender aquilo que não sabem... Não me conhecem... Não estou aqui para só para fazer sacrificios e chorar. A vida torna-se tão triste quando a rotina é pesada... Só quero ser feliz... Tenho medos, dúvidas, preciso de apoio, preciso de tentar...
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