Apesar das condições climatéricas adversas Espanha aumentou de 18,6 (em 2010) para 20,7 milhões de toneladas (em 2011) a produção de cereais. Portugal bateu um recorde, mas pela negativa. Não foi além das 180 mil toneladas.
As condições climatéricas são praticamente as mesmas do lado de cá e do lado de lá da fronteira. Apesar disso, Espanha conseguiu aumentar a sua produção cerealífera na campanha 2010/2011 de 18,6 milhões de toneladas (2009/2010) para 20,7 milhões de toneladas, segundo dados oficiais agora divulgados.
Portugal, por seu lado, conseguiu um feito histórico, mas pela negativa. Produziu apenas 180 mil toneladas de cereais, depois de ter rondado as 600 mil em 2010 e as 800 mil em 2009.
Estes dados até poderiam ser pouco precupantes se não estivéssemos a falar de um bem que está na base de toda a cadeia alimentar.
Pouca gente sabe mas, Portugal, em cada ano, precisa mais ou menos de 4 milhões de toneladas para se alimentar.
Portugueses não querem ser agricultores
O ano agrícola que agora termina não foi muito favorável em termos climáticos, com muitas chuvas fora de época e algumas em falta quando mais eram precisas, mas, a verdade, é que os agricultores estão a baixar os braços.
Os portugueses não querem ser agricultores e muitos dos que são, estão sempre à espera de uma oportunidade para mudar de vida. Não gostam de trabalhar a terra.
Os dados divulgados no passado mês de maio pelo Instituto Nacional de Estatística mostram quem em 2009 a população agrícola familiar - formada pelo produtor agrícola e pelos membros do seu agregado doméstico, quer trabalhem ou não na exploração - totalizava cerca de 793 mil indivíduos, aproximadamente 7% da população residente, mas menos 36% da população agrícola familiar recenseada há dez anos atrás.
O abandono da terra é um facto. Por muito difícil que seja lidar com esta realidade, a verdade é que os números não deixam margem para dúvidas: as últimas estimativas oficiais apontam para a existência de dois milhões de hectares de parcelas de território abandonadas ou semi-abandonadas em todo o país.
Espanha criou 21.900 empregos na agricultura
Mas se aqui é assim, ali ao lado, em Espanha, passa-se precisamente o contrário. As pessoas estão a voltar à terra. O desemprego em Espanha continua a aumentar, mas na agricultura está a diminuir.
No último trimestre de 2010 o desemprego na agricultura caiu 10%, face ao trimestre anterior, segundo os dados revelados pelo Instituto de Estatítica espanhol.
O sector agrícola contraria assim todos os outros, em Espanha, tendo criado 21.900 empregos durante todo o ano de 2009. A ocupação de solos para a agricultura cresceu 2,8% face a 2009.
Só nos útimos três meses de 2010 foram gerados mais de 5.050 empregos o que se taduz num crescimento de 6,7% face ao trimestre anterior.
Em Portugal o cenário é este: Nno primeiro trimestre do ano passado trabalhavam 560 mil pessoas no sector, no trimestre seguinte já só eram 541 mil e no final de setembro ainda menos - 539 mil.
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